segunda-feira, março 26, 2012

Sustentabilidade governamental (por Julio Rezende)


            Como aplicar o conceito de sustentabilidade às organizações públicas? Se alguém está imaginando se empreender atividades como o cuidado dos jardins, canteiros ou colocar baldes de coleta seletiva no prédio, pode se enganar.

            A principal das organizações públicas contribuírem ao meio ambiente seria comprar melhor, seria empreendendo uma gestão de compras responsável. As organizações públicas estariam preparadas para isso? Isso envolveria melhorar os processos de compra adotando-se modelos gerenciais que não aceitem a corrupção.

            A sustentabilidade governamental envolve melhorar o gasto público, para que os recursos sejam utilizados de maneira mais eficiente proporcionando mais resultados e mais benefícios à sociedade.

            No que se refere de modo à sustentabilidade social, as organizações públicas devem pensar em modelos gerenciais que valorizem o servidor público. Algumas ações importantes seriam voltadas à promoção da qualidade de vida no trabalho. Muitas vezes iniciativas de liderança podem ser promovidas para se garantir que emerja um interesse de ser voluntário em campanhas importantes como doação de sangue, ajuda a uma comunidade carente, quando ocorrem vitimas por conta de enchentes, entre outros temas emergentes nos quais as comunidades das organizações públicas podem ter uma contribuição importante.

            No campo da sustentabilidade ambiental, mostra-se importante a busca da eficiência energética envolvendo a conscientização dos funcionários para a redução do consumo de energia. Também necessário é a promoção da reciclagem e reuso dos recursos. Entre as iniciativas estaria o reuso de papel.

            De um modo geral a sustentabilidade governamental envolve procurar perceber mais os interesses da sociedade e do meio ambiente. Decisões erradas e sem embasamento técnico, científico e moral comumente proporcionam malefícios com uso de recursos que são preciosos e raros.

terça-feira, março 20, 2012

Obesidade, história e psicologia (por Julio Rezende)



            A compreensão do homem hoje só é completa ao se compreender o ser humano historicamente. Ao observar o homem na história, observa-se que biologicamente o ser humano se desenveu convivendo com o cerceamento alimentício e com a necessidade de correr e percorrer grandes distâncias em busca de alimento, sustento, conquista de novos territórios ou fuga de povos conquistadores.
            O ser humano antes da idade industrial, comia pouco. Em tempos pré-históricos o ser humano sempre teve que conviver com pequenas porções de comida que eram distribuídas pelo proveor no contexto da família e dependente da proteína animal enquanto fonte de energia.
            Biologicamente, o tempo entre a época antiga e a contemporaneidade não foi suficiente para o ser humano se adaptar a uma situação na qual a sociedade moderna possui uma grande disponibilidade de alimento. Esse é um dos importantes fatores que fez com que a obesidade se tornasse o principal problema de saúde pública na atualidade. Somado a isso destaca-se a mudança de comportamentos e modalidades de trabalho que demandam a necessidade de pouca atividade física a partir do uso dos computadores pessoais que configuram a obesidade enquanto uma epidemia. De acordo com essa perspectiva, para ser magro o ser humano deveria se acostumar a se alimentar com apenas uma porção, isto é: um prato de comida. Nada mais simples do que isso. O desenvolvimento de uma condição de obesidade se relaciona a ter disponível uma quantidade enorme de alimentos como nas situações do almoço de domingo em família. Se essa oferta de alimento nas refeições for enorme todos os dias, a obesidade será quase uma consequência certa.
            Culturalmente, para alguns, e inconscientemente, a obesidade pode estar relacionado ao desejo de expressar poder em transcender uma condição biológica. Está-se a dizer: "eu tenho condições financeiras de consumir muitos alimentos. Isso é um indicativo que eu posso prover conforto a uma parceira(o)". Em sociedades mais "modernas" ser magro é status, pois indivíduo pode expressar: "tenho educação e conhecimentos para ter uma alimentação saudável".
            Independente das diferentes interpretações culturais e distintos entendimentos, existe um desafio a nos condicionarmos a comermos pouco. Do que adianta alguém fazer uma cirurgia bariátrica e não estar sensibilizado em precisar se alimentar pouco? Além disso, a alimentação em excesso apresenta uma implicação relacionada à sustentabilidade, pois quando compramos muitos alimentamos expressaremos um comportamento de maior desperdício, maior descarte de embalagens plásticas e metais e geração de mais poluição do meio ambiente. Quando compramos mais alimentos estamos mais propensos em desperdiçar alimentos que possuem um prazo de validade pequeno.
            Finalmente, observaria que a obesidade possui um importante componente psicológico. Comemos muito algumas vezes para lidar com ansiedade e estresse, ou simplesmente por prazer. Desse modo, não deveríamos estar mais conscientes de nossas emoções? Uma importante recomendação para lidar com isso seria a meditação. Se estivermos mais conscientes de nossas motivações poderemos tomar decisões melhores sobre alimentação e saúde.