quarta-feira, junho 02, 2010

Comunicado de lançamento da candidatura à reitora da UFRN da professor Maria Arlete Duarte Araújo - Eleições 2010

Abre-se o período de renovação do reitorado da UFRN. O mandato do reitor Ivonildo Rego termina no início do próximo ano e teremos a realização de eleições em novembro próximo. Nos últimos anos a UFRN passou por um intenso processo de crescimento, em função dos recursos alocados à pesquisa e graças ao programa REUNI, decorrentes do compromisso do governo federal com o fortalecimento da universidade pública, cujo resultado foi o aumento da infra-estrutura física da instituição, especialmente a construção de um vasto conjunto de laboratórios e ampliação do número de professores, funcionários, alunos e cursos. Tudo isso vem alterando substancialmente a face da instituição e exigindo novas alterações em sua estrutura organizacional e acadêmica. Agora é tempo de consolidação e avanço, que precisam ser encarados de forma ousada e, sobretudo, inovadora. Nossa universidade precisa de um novo olhar na sua condução, que assuma a responsabilidade social como uma política de gestão e seja capaz de alinhar suas atividades fins – ensino, pesquisa e extensão - com valores e compromissos sociais, ao tempo em que articula a participação democrática dos múltiplos atores sociais na definição e controle de suas políticas, sem abrir mão de sua autonomia.
Em primeiro lugar, isso significa ter um novo olhar no ensino, na pesquisa e na extensão.No ensino, os processos formativos devem contemplar currículos flexíveis que permitam uma sólida e competente habilitação para o trabalho e contribuam para a construção de uma postura crítica e reflexiva dos egressos diante da realidade na qual vão se inserir.
Na pesquisa, a UFRN deve ter um papel central nos sistemas de pós-graduação e pesquisa da região, qualificando e ampliando a oferta de cursos e apoiando fortemente os grupos de pesquisa, existentes e em formação, em todas as áreas do conhecimento. Atenção especial deve ser dada à desburocratização de processos administrativos e controles desnecessários e anacrônicos, de modo a valorizar o tempo dedicado à produção do conhecimento e aumentar a competitividade nacional e mundial dos nossos pesquisadores. As parcerias já existentes, a exemplo da parceria com a Petrobrás, precisam ser ampliadas e novas devem ser buscadas, tendo em vista possibilitar a geração de conhecimentos e, sobretudo, de inovações tecnológicas imprescindíveis ao desenvolvimento local, regional e nacional.
Na extensão, a universidade deve buscar a identificação de oportunidades, demandas, necessidades e resolução de problemas que visem ao processo de integração e autonomia das comunidades, distanciando-se de todo tipo de ação ou modelo de intervenção de caráter assistencialista. O fortalecimento dos vínculos e abertura para a sociedade assumem assim centralidade nesse novo olhar, em especial na articulação, cada vez mais urgente e necessária, com outros níveis do ensino, com o sistema de saúde público, os poderes públicos, as empresas, os movimentos sociais, dentre outros.
Em segundo lugar, é inadiável dirigir um novo olhar à estrutura organizacional e à infra-estrutura da UFRN. Quanto à estrutura organizacional, precisamos fazer o debate sobre sua atualização, dado seu crescimento nos últimos anos e os anseios legítimos de alguns setores por novas formas de inserção. Nesse sentido, a estrutura departamental vigente tem de ser avaliada e repensada, com prudência, sim, mas com vistas à sua adaptação aos novos tempos. Quanto à infra-estrutura, essa deve ser objeto de atenção especial para que possa adequar-se ao desenvolvimento futuro da instituição e receber a dotação conveniente de equipamentos e materiais indispensáveis. De igual forma é indispensável um apoio firme à interiorização da UFRN consolidando as iniciativas já existentes e ampliando as suas ações, dado que os campi como unidades de ensino, pesquisa e extensão têm um grande papel a desempenhar no desenvolvimento do Estado.
Para além das questões até aqui levantadas, devemos lembrar que uma instituição universitária não é apenas espaço físico, materiais, equipamentos e processos, mas, essencialmente gente, homens e mulheres!! Gente é seu bem maior, por isso deve ser cuidada com extremo carinho, visando elevar-se continuamente sua qualidade e bem-estar. Isso significa então dirigir um novo olhar para os professores, funcionários e alunos.
As atuais condições de exercício da docência exigem, além das capacidades básicas inerentes ao magistério, um novo conjunto de competências para lidar com as demandas dos novos processos de trabalho. Dessa maneira é imperativo abrir o debate sobre essa nova realidade, posto que assume maior significado ainda se pensarmos na grande renovação ocorrida no corpo docente. Aqui algumas questões singulares se impõem: Como os novos professores estão tecendo a sua trajetória no interior da instituição? Quais os espaços que encontram para construírem sua identidade docente? Que condições de trabalho estão sendo criadas para permitir que aflorem as habilidades e aptidões de um professor e pesquisador? Assim, criar uma ambiência para acolher os novos professores, é tema a merecer especial atenção.
De igual forma, o modelo de gestão do corpo técnico-administrativo na instituição deve ser revisto, a fim de incorporar, de forma mais intensa, as dimensões de participação, descentralização e maiores oportunidades aos servidores.O esforço de qualificação deve avançar e se traduzir num conjunto articulado de estratégias, programas e instrumentos de gestão que desenvolvam e utilizem, de forma efetiva, o pleno potencial dos servidores.Um programa permanente de desenvolvimento funcional que signifique valorização e reconhecimento do servidor, implicando em melhoria de sua qualidade de vida e satisfação no trabalho.
Aos estudantes, é necessário pensar num projeto que contemple suas necessidades de formação e de assistência. Isso implica em revisar os projetos político-pedagógicos, para privilegiar uma relação estreita com os problemas reais de desenvolvimento – econômicos, sociais, tecnológicos, culturais, ecológicos - e fortalecer compromissos de responsabilidade social com o desenvolvimento sustentável da sociedade. De outro lado, uma política de assistência que permita a realização de um conjunto de atividades necessárias à sua formação – culturais, científicas, políticas, esportivas, intercâmbios - bem como assegure sua permanência na instituição – bolsas, orientação psicológica, moradia, alimentação, transporte.
Por fim um novo olhar sobre a UFRN não pode prescindir da necessidade de aprofundar a construção democrática em todos os espaços e instâncias da nossa universidade, institucionalizando, por conseguinte, o debate amplo e aberto a respeito dos rumos e da dinâmica interna da instituição. Acredito ser esse o caminho para avançarmos na extinção dos resquícios de práticas e relações personalistas e autoritárias, lamentavelmente ainda presentes no nosso cotidiano universitário. Assegurar os espaços para a livre manifestação, o contraditório, aceitar as diferenças de enfoques e perspectivas, desde que expressas por meio de canais institucionais e dentro do respeito à coisa pública e aprofundamento democrático é, acima de tudo, um compromisso desse novo olhar. Não assumi-lo é por em risco o que há de mais sagrado em uma instituição universitária: a pluralidade de idéias que lhe dá sentido e coesão no tempo.
Estes são os nossos propósitos e os nossos compromissos. Iniciamos a caminhada rumo à Reitoria da UFRN. Uma caminhada serena, prudente, equilibrada, sem oposições desnecessárias, mas firme na defesa de propostas, posto que fundadas na defesa de valores e princípios – de humanismo, confiança na ciência, na educação como um direito do cidadão, na defesa da universidade pública, autônoma e com liberdade acadêmica, e respeito pela democracia. Desejamos contar com o apoio e o entusiasmo de todos: professores, alunos e servidores. Um apoio que permita projetar um novo olhar sobre a gestão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte!
Natal, maio, 2010

UM NOVO OLHAR SOBRE A UFRN

Maria Arlete Duarte de Araújo
Professora do Depto. Ciências Administrativas/ CCSA

Stenio Gomes da Silveira
Professor do Depto. Medicina Clínica/ CCS

Candidatos à Reitoria da UFRN

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