segunda-feira, julho 27, 2020

Livro Perseverance: Habitat Marte e as tecnologias espaciais - Julio Rezende


Os lançamentos dos rovers Perseverance (NASA) e TianWen (China) e o satélite Hope Mars Mission(Emirados Árabes) despertaram um interesse maior pelo planeta Marte e pela exploração espacial.

Este é o momento de informar que existe uma experiência de pesquisa que pode apresentar contribuições para um futuro habitat em Marte: a estação espacial análoga Habitat Marte.

Perseverança, tradução de Perseverance, nome do rover lançado pela NASA, é também o que se observa na experiência do Habitat Marte sendo o esperado comportamento de pesquisadores e inovadores que desenharão uma nova civilização.

O livro Perseverance: Habitat Marte e as tecnologias espaciais, de autoria do professor Julio Rezende, é um convite para conhecer várias experiências interessantes na área espacial: Marte, o rover Perserverance e outras tecnologias em operação em Marte, os habitats espaciais análogos e a estação espacial análoga Habitat Marte.

O livro será lançado durante a Live Oportunidades na área espacial: Habitat Marte no Habitat às 10 horas do dia 30 de julho (quinta-feira) em evento do InovaBra Habitat. As inscrições podem ser feitas no endereço:

https://www.sympla.com.br/oportunidades-na-area-espacial-o-caso-do-habitatmarte__908638

O livro registra dados da trajetória de empreendedorismo das 42 primeiras missões realizadas na estação espacial análoga autossustentável Habitat Marte desde o início do funcionamento (em dezembro de 2017) até junho de 2020 com a realização de missões virtuais e mais de 180 participantes de mais de 20 países.

 

            O livro está à venda na Amazon no Kindle (digital) e no formato impresso: https://www.amazon.com/dp/B08DQDDGDZ?ref_=pe_3052080_397514860

Mais informações sobre o livro podem ser encontradas no blog www.juliorezende.blogspot.com e em www.HabitatMarte.com.

 

Julio Rezende é professor da UFRN, diretor da Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (FAPERN) e coordenador da estação espacial análoga Habitat Marte. Graduado, mestre, doutor em administração e psicólogo pela UFRN. Possui pós-doutorado na University of Central Florida (UCF) e é autor de livros.

quinta-feira, maio 28, 2020

A 90 anos o Zeppelin sobrevoava os céus de Natal. Por prof. Julio Rezende



Natal possui uma grande identidade com a área aeroespacial. 
Comemoramos no dia de hoje, 28 de maio, 90 anos do vôo do Zeppelin nos céus de Natal. Pousou no largo do Teatro Alberto Maranhão. O dirigível havia passado na cidade de Recife e Rio de Janeiro dias antes.
Naquele dia de 1930, o dirigível realizou um movimento circular durante doze minutos, com várias evoluções nos céus da cidade. Tratou-se de uma homenagem ao inventor, político e empreendedor Augusto Severo, o primeiro aeronauta potiguar.
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão (1864-1902) foi um dos pioneiros mundiais no desenvolvimento dos dirigíveis. Em 1902, Augusto Severo construiu um dirigível com 31 metros de comprimento impulsionado por dois motores, de 16 e 24 CVs. O teste do dirigível PAX ocorreu em 12 de maio de 1902, resultando em acidente mortal para Augusto Severo e o mecânico Georges Saché.  Seu esforço foi importante para o amadurecimento da tecnologia dos dirigíveis, assim como a escrita da história aeroespacial.
            Naquele 28 de maio, no largo da  Ribeira,  o Zeppelin  pairou próximo à estátua de Augusto Severo e deixou cair um ramalhete de flores naturais, com a seguinte frase: “Homenagem da Alemanha ao Brasil, na pessoa de seu filho Augusto Severo”.
O Graf Zeppelin foi um veículo fabricado da empresa Luftschiffban Zeppelin G.M.B.H. e serviu a uma linha permanente de transporte de passageiros entre a Europa e América do Sul através da companhia Lufthansa.
            Voltando à 1930, imagino como aquele equipamento desafiando o céu e a gravidade, atiçou a imaginação dos natalenses, apresentando-se como algo do futuro que se chega ao presente. 
Vê-se nesse breve relato a importância de se valorizar a história e imaginar como esses exemplos inovadores podem ser úteis para construir uma visão desafiadora. Hoje o nome de Augusto Severo é lembrado ao dar nome ao Parque Tecnológico do RN a funcionar em área da UFRN na cidade de Macaíba. Que a história e a inovação nos ajudem a pensar novos futuros.

Mais sobre o Zeppelin:

Mais sobre Augusto Severo:



segunda-feira, maio 04, 2020

sexta-feira, abril 10, 2020

O que um astronauta pode ensinar sobre isolamento. Por prof. Julio Francisco Dantas de Rezende




O astronauta americano Scott Kelly foi convidado pela organização Explore Mars para comentar sobre como a experiência da solidão de um astronauta no espaço pode ser útil para pessoas comuns lidarem com o momento de quarentena. No streaming, realizado em 9 de abril de 2020, Scott comentou:  Na estação espacial, geralmente estamos sempre muito ocupados, depende da quantidade de atividades de pesquisa científica que necessitamos fazer!
            Destacou também que hoje estamos todos em uma mesma missão: enfrentar uma epidemia, de assumir a responsabilidade de fazermos nosso papel em manter nosso isolamento social. Enfatizou a importância de em qualquer missão na vida, como é esta época, de fazermos um calendário (planejamento) de coisas que precisamos fazer; de cuidar do ambiente (da estação e de nós mesmos) e de procurarmos melhorar esses ambientes (pessoal e coletivo).
A metáfora dos astronautas pode ser útil de muitas formas. Eu, Julio Rezende, um astronauta análogo, também opino sobre a experiência de ser astronauta: nós precisamos ser astronautas de nós mesmos! O que isso significa? Significa, metaforicamente, em sairmos de nós mesmos, como se o nosso corpo físico fosse uma estação espacial e nossa consciência fosse o astronauta que faz uma atividade extraveicular. Existe a necessidade, por um momento,  de abandonar nossa perspectiva pessoal e olharmos nossa vida de uma forma diferente, sob um novo olhar. 
Encarando o período de quarentena como uma missão espacial, quando se está no interior da Estação Internacional Espacial-ISS flutuando no espaço infinito, ou quando não se pode sair para uma caminhada, é muito importante pensar como este período pode ser produtivo.
Seja no isolamento, para combater a propagação do coronavírus, seja no interior da Estação Espacial Internacional, devemos usar nossa imaginação para observarmos o que de criativo podemos fazer neste período. A quarentena pode servir para programarmos a leitura daquele livro que foi adquirido e não lido; 2) Iniciar um curso on line; 3) escrever livros e artigos. É claro que essas sugestões são resultado muito de uma visão pessoal. Isso será importante para a saúde mental.
Além de tudo o que foi dito, este é um momento de mudança pessoal, de escrever uma nova história. Na minha experiência, só comparo agora a quando meu pai adoeceu em 1999, quando completaria 80 anos. Até então era uma pessoa ativa. Observá-lo doente durante 4 anos me fez refletir sobre a morte e a emergência de realizar importantes projetos; que não havia tempo a perder; que deveria observar como poderia contribuir para um mundo melhor. Na minha experiência, o momento atual tem o mesmo significado.
A morte e a nossa finitude é uma importante mensagem e a única certeza que temos. A morte está viva neste tempo de pandemia, sempre lembrada nos noticiários. Steve Jobs, em 5 de outubro de 2011, fez um importante discurso na formatura de uma turma da Universidade de Stanford. Disse: “Lembrar que logo estarei morto é a coisa mais importante que encontrei para ajudar-me a fazer as grandes escolhas na vida”. Desse modo, fica a pergunta: como escrever uma nova história de um caminho de felicidade e responsabilidade? Lembre-se, como o astronauta Scott Kelly destacou: faça um planejamento de como aproveitar este tempo para algo transformador!

Julio Francisco Dantas de Rezende é administrador, psicólogo, professor da UFRN e diretor da FAPERN.

www.juliorezende.blogspot.com

quinta-feira, abril 09, 2020

O lado B do teletrabalho. Por prof. Julio Francisco Dantas de Rezende

-->


Estou notando que o teletrabalho tem mudado as relações de trabalho, com expectativas ainda maiores quanto aos resultados que cada trabalhador deve apresentar. Sem o contato visual físico, controles e vigilância podem ser maiores à medida que, por exemplo, cobra-se que todos estejam examinando as demandas no grupo do Whatsapp da organização.

O homeworking pode ser nocivo à medida que ele pode promover: 1) Auto-opressão; 2) Estresse; 3) Pensamentos persecutórios; 4) Competitividade/assédio  virtual que não é vista presencialmente; 5) a ameaça à saúde psicológica, vista à real possibilidade de uma demissão em virtude de enxugamento de quadro de funcionários, ou até mesmo falência da organização.
Muitas vezes na situação de teletrabalho, os funcionários: 1)  não possuem um computador adequado, em boas condições de funcionamento; 2)  não têm uma boa internet; 3) acumulam atividades domésticas que competem com as atividades profissionais. As referidas atividades profissionais e pessoais podem entrar em conflito facilmente. Nota-se comumente a interferência de filhos e cônjuges e variados tipos de conflitos que vão prejudicar as atividades laborais. Mães, mais do que pais, podem estar sofrendo ainda mais com essas questões, devido à tradicional forma de distribuição de papeis na sociedade. 4)  muitas vezes não existe um local adequado de trabalho, muitas vezes sem bureau, sem cadeira adequada, pois muitas residências não foram pensadas enquanto locais de trabalho; 5)  falta de ar condicionado ou ventilação adequada, algo relevante em cidades e período quentes do ano, como se observa em Natal.
Além de tudo isso, há um bombardeio de informações de evolução de pessoas doentes e mortes muitas vezes amigos e parentes próximos, relacionadas ao coronavírus. Tudo isso nos chama a atenção gerando distração ou maior dificuldade de concentração no trabalho. Além disso, embates políticos em torno da forma de enfrentamento da pandemia criados pelo presidente, gera ainda mais desatenção aos objetivos de trabalho, tendo em vista debates que incendeiam nas redes sociais. Vivemos tempos difíceis e nada românticos quanto a este tempo de teletrabalho nesta época.

Julio Francisco Dantas de Rezende é administrador, psicólogo, professor da UFRN e diretor da FAPERN.
-->
www.juliorezende.blogspot.com

sábado, abril 04, 2020

Tecnologias sociais no Habitat Marte: o Sistema de Tratamento de Águas Cinzas - BioMarte – por prof. Julio Francisco Dantas de Rezende



Equipe de pesquisadores da estação de pesquisa Habitat Marte desenvolveram o Sistema de Tratamento de Águas Cinzas BioMarte. O referido sistema de tratamento de água cinza (advinda de pias e chuveiros) foi desenvolvido e instalado na estação de pesquisa.  O Sistema de Tratamento de Águas Cinzas - BioMarte é uma adaptação do Sistema BioÁgua Familiar e teve a participação dos engenheiros pós-graduandos Ian Macedo, Sara Lima e Suelya Paiva, o estudante de engenharia elétrica Davi Souza e o professor Julio Rezende, todos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Pensar sobre o aproveitamento de águas cinzas (advindas de pias e chuveiros) é uma necessidade de habitações localizadas no semiárido brasileiro em áreas rurais tendo em vista as limitações em disponibilidade hídrica. 
A estação de pesquisa Habitat Marte tem como propósito de funcionar conforme um conceito de autossustentabilidade. Tal conceito envolve: o reaproveitamento de água cinzas, a coleta, tratamento e gestão da água de chuva, a produção de alimentos (através de sistemas de aquaponia e tecnologias de cultivo de baixo consumo de água) e geração e uso de energia solar.
            A metodologia de construção do Sistema de Tratamento de Águas Cinzas BioMarte envolveu a visita técnica  de pesquisadores na estação de pesquisa Habitat Marte que ocorreu nos dias 14 e 15 de março de 2020. Na visita técnica foi realizada uma análise do sistema atual e operação e fez-se levantamento dos recursos (reservatórios, tubulações e conexões) disponíveis para a construção de um novo sistema de tratamento de águas cinzas.
            Considerou-se o desenho de um sistema de tratamento que atendesse a necessidade do Habitat Marte. 
            Constata-se que o Sistema de Tratamento de Águas Cinzas - BioMarte se apresentou enquanto uma significativa melhora quando comparado com o sistema que funcionava anteriormente no Habitat Marte.
            Foi possível observar também que o Sistema de Tratamento de Águas Cinzas - BioMarte contribui para distintos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: existe uma contribuição direta para o Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos, tendo em vista que o sistema contribui para o tratamento e reuso de parte do esgoto gerado na estação. Percebeu-se contribuição para o Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, consderando que o sistema BioMarte além de servir às operações do Habitat Marte serve enquanto um espaço para visita de escolas e universidades quando é apresentado a importância do tratamento do esgoto em um sistema circular.
Foi interessante ter na missão de desenvolvimento e operacionalização do Sistema de Tratamento de Águas Cinzas - BioMarte duas pesquisadoras, aspecto pertinente no sentido de promover a participação em atividades de pesquisa no Habitat Marte, ação relacionada ao Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
            É possível constatar que o Sistema de Tratamento de Águas Cinzas - BioMarte apresenta as características necessárias de atender à demandas futuras de funcionamento do Habitat marte.
            Verifica-se que a proposta do BioMarte é uma adaptação quanto à proposta original do Sistema BioÁgua Familiar.

Julio Francisco Dantas de Rezende é administrador, psicólogo, professor da UFRN e diretor da FAPERN.

www.juliorezende.blogspot.com