A compreensão do homem hoje só é
completa ao se compreender o ser humano historicamente. Ao observar o homem na
história, observa-se que biologicamente o ser humano se desenveu convivendo com
o cerceamento alimentício e com a necessidade de correr e percorrer grandes
distâncias em busca de alimento, sustento, conquista de novos territórios ou
fuga de povos conquistadores.
O ser humano antes da idade
industrial, comia pouco. Em tempos pré-históricos o ser humano sempre teve que
conviver com pequenas porções de comida que eram distribuídas pelo proveor no
contexto da família e dependente da proteína animal enquanto fonte de energia.
Biologicamente, o tempo entre a
época antiga e a contemporaneidade não foi suficiente para o ser humano se
adaptar a uma situação na qual a sociedade moderna possui uma grande
disponibilidade de alimento. Esse é um dos importantes fatores que fez com que
a obesidade se tornasse o principal problema de saúde pública na atualidade.
Somado a isso destaca-se a mudança de comportamentos e modalidades de trabalho
que demandam a necessidade de pouca atividade física a partir do uso dos
computadores pessoais que configuram a obesidade enquanto uma epidemia. De acordo com essa perspectiva, para ser magro o ser humano deveria
se acostumar a se alimentar com apenas uma porção, isto é: um prato de comida.
Nada mais simples do que isso. O desenvolvimento de uma condição de obesidade
se relaciona a ter disponível uma quantidade enorme de alimentos como nas
situações do almoço de domingo em família. Se essa oferta de alimento nas
refeições for enorme todos os dias, a obesidade será quase uma consequência
certa.
Culturalmente, para alguns, e
inconscientemente, a obesidade pode estar relacionado ao desejo de expressar
poder em transcender uma condição biológica. Está-se a dizer: "eu tenho
condições financeiras de consumir muitos alimentos. Isso é um indicativo que eu
posso prover conforto a uma parceira(o)". Em sociedades mais
"modernas" ser magro é status, pois indivíduo pode expressar:
"tenho educação e conhecimentos para ter uma alimentação saudável".
Independente das diferentes
interpretações culturais e distintos entendimentos, existe um desafio a nos condicionarmos a comermos
pouco. Do que adianta alguém fazer uma cirurgia bariátrica e não estar
sensibilizado em precisar se alimentar pouco? Além disso, a alimentação em
excesso apresenta uma implicação relacionada à sustentabilidade, pois quando
compramos muitos alimentamos expressaremos um comportamento de maior
desperdício, maior descarte de embalagens plásticas e metais e geração de mais
poluição do meio ambiente. Quando compramos mais alimentos estamos mais
propensos em desperdiçar alimentos que possuem um prazo de validade pequeno.
Finalmente,
observaria que a obesidade possui um importante componente psicológico. Comemos
muito algumas vezes para lidar com ansiedade e estresse, ou simplesmente por prazer. Desse modo, não
deveríamos estar mais conscientes de nossas emoções? Uma importante
recomendação para lidar com isso seria a meditação. Se estivermos mais
conscientes de nossas motivações poderemos tomar decisões melhores sobre
alimentação e saúde.
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