Havia escrito um artigo ontem e motivei-me a escrever um novo, atualizando opiniões, percepções, com os acontecimentos das chuvas no final de semana de 13 a 15 de junho de 2014.
As chuvas tem mudado a cara da
cidade ao trazer destruição, desapropriações, estresse, dificultando inclusive
a comemoração dos jogos da copa e a forma de melhor receber os turistas.
Foram registrados enormes prejuízos
na Zona Norte da cidade, na região metropolitana e em todos os bairros da
cidade e o local mais afetado foi a área costeira de Areia Preta e o bairro de
Mãe Luiza.
Em Mãe Luiza, a água destruiu trecho
da rua Guanabara, destruindo casas e provocando um deslizamentio sobre a
avenida Silvio Pedroza, importante via de integração da cidade à beira mar,
provocando interrupção dos acessos e assoreamento na praia, último aspecto esse
que pode trazer consequências futuras imprevisíveis.
Um questionamento que podemos
realizar é o seguinte: os problemas que a cidade de Natal enfrenta, assim como
outras cidades no Brasil e no mundo, seriam consequência do fenômeno do
aquecimento global ou da incapacidade dos governos planejarem as cidades para
grandes volumes de chuva ou a falta dela?
Não resta dúvida que o aquecimento
climático que afeta nossas vidas demanda a revisão do modo como fazemos
política, da mudança da agenda governamental, do modo como desenhamos as
políticas públicas no sentido de pensar a preparação de obras de infraestrutura
mais permanentes; investimento em drenagem, esgotamento sanitário. Empresas de
água e energia precisam ter equipes maiores para lidar com a necessidade de
reestabelecer serviços básicos. Equipes de Defesa Civil precisam estar melhor
aparelhadas para lidar com tragédias, principalmente desabamentos de morros e
encostas e o Governo, seja ele estado ou município, precisa pensar de modo mais
responsável sobre políticas de ocupação do solo. Inclusive é necessário
destinar mais recursos financeiros, materiais e humanos para lidar melhor com o
fenômeno climático.
É importante que a sociedade tenha e
estruture-se para ter redes de solidariedade de modo a ajudar aqueles que
perdem suas casas. De qualquer modo o aquecimento global mostra a sua face e
demanda que seja abordado como algo real e que necessita um enfrentamento, uma
antecipação em termos de desenho de políticas públicas de prevenção aos fenômenos
advindos do aquecimento global. A universidade pode iniciar essa discussão. A
universidade é lugar de pensar sobre isso e apresentar orientações,
encaminhamentos e articulação de governo, universidade, empresas e sociedade.
Autor: Julio Rezende.
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