domingo, junho 15, 2014

Natal e o aquecimento global: o que podemos aprender com Mãe Luiza


             Havia escrito um artigo ontem e motivei-me a escrever um novo, atualizando opiniões, percepções, com os acontecimentos das chuvas no final de semana de 13 a 15 de junho de 2014.
            As chuvas tem mudado a cara da cidade ao trazer destruição, desapropriações, estresse, dificultando inclusive a comemoração dos jogos da copa e a forma de melhor receber os turistas.
            Foram registrados enormes prejuízos na Zona Norte da cidade, na região metropolitana e em todos os bairros da cidade e o local mais afetado foi a área costeira de Areia Preta e o bairro de Mãe Luiza.
            Em Mãe Luiza, a água destruiu trecho da rua Guanabara, destruindo casas e provocando um deslizamentio sobre a avenida Silvio Pedroza, importante via de integração da cidade à beira mar, provocando interrupção dos acessos e assoreamento na praia, último aspecto esse que pode trazer consequências futuras imprevisíveis.
            Um questionamento que podemos realizar é o seguinte: os problemas que a cidade de Natal enfrenta, assim como outras cidades no Brasil e no mundo, seriam consequência do fenômeno do aquecimento global ou da incapacidade dos governos planejarem as cidades para grandes volumes de chuva ou a falta dela?
            Não resta dúvida que o aquecimento climático que afeta nossas vidas demanda a revisão do modo como fazemos política, da mudança da agenda governamental, do modo como desenhamos as políticas públicas no sentido de pensar a preparação de obras de infraestrutura mais permanentes; investimento em drenagem, esgotamento sanitário. Empresas de água e energia precisam ter equipes maiores para lidar com a necessidade de reestabelecer serviços básicos. Equipes de Defesa Civil precisam estar melhor aparelhadas para lidar com tragédias, principalmente desabamentos de morros e encostas e o Governo, seja ele estado ou município, precisa pensar de modo mais responsável sobre políticas de ocupação do solo. Inclusive é necessário destinar mais recursos financeiros, materiais e humanos para lidar melhor com o fenômeno climático.
            É importante que a sociedade tenha e estruture-se para ter redes de solidariedade de modo a ajudar aqueles que perdem suas casas. De qualquer modo o aquecimento global mostra a sua face e demanda que seja abordado como algo real e que necessita um enfrentamento, uma antecipação em termos de desenho de políticas públicas de prevenção aos fenômenos advindos do aquecimento global. A universidade pode iniciar essa discussão. A universidade é lugar de pensar sobre isso e apresentar orientações, encaminhamentos e articulação de governo, universidade, empresas e sociedade.
           


Autor: Julio Rezende.

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