quarta-feira, março 05, 2008

Comentário do show do Iron Maiden em Curitiba (4/3/8)

Assisti o show do Iron Maiden, inesquecível. Cheguei a pedreira Paulo Leminski no início da noite, o sol ainda estava se pondo. A iluminação na pedreira estava belíssima, tornando a noite sem chuva ainda mais especial. Aos poucos muita gente foi
chegando justificando os 20 mil ingressos vendidos para o show da tour "Somewhere Back in Time”.

Sentei na ladeira que conduzia à área do show e esperei um pouco. Depois, próximo às 20 horas fui para próximo do palco para assistir o show de abertura de Lauren Harris, a filha do baixista do Iron Maiden, Steve Harris. Até que foi razoável a apresentação. Nada comparável ao que estaria por vir com o show do Iron. A cada momento perguntava a alguém que horas eram com uma visível ansiedade pelos próximos momentos.

O show teve início pontual às 21 horas com a famosa introdução do discurso de Winston
Churchill, um prelúdio a música Aces High. Em seguida clássicos como 2 Minutes To Midnight, Revelations, The Trooper, Wasted Years, músicas que me fizeram lembrar minha adolescência nos idos do final da década de 80 e início dos 90. Talvez por isso o show tenha sido muito especial para muitas pessoas. Pude observar próximo a mim uma jovem de uns trinta e poucos que chorava abraçada com o esposo. Em uma cena como essa é possível perguntar: quantas memórias emergiram associadas a momentos
felizes e encantadores experienciados escutando a música envolvente do Iron Maiden ao longo de muitos anos. Com certeza essa experiencia de voltar ao passado e se emocionar com isso foi uma experiência envolvente para mim e para muitos que estiveram no show de Curitiba no dia 4 de março de 2008.

Seguiram músicas como The Number Of The Beast, Can I Play With Madness.
Músicas que desprezam comentários para aqueles que conhecem o poder das melodias em profundidade. Em seguida foi executada The Rime Of The Ancient Mariner que fala de uma experiência fantasmagórica de um navio que teve sua população quase toda morta por uma maldição. Os efeitos sonoros caracterizados pelo rangir da madeira do barco, entre outros e o som penetrante do baixo de Steve Harris e da guitarra de Adrian
Smith ao aumentar e diminuir o volume.

A cada conjunto de músicas, um pano de fundo diferente era asteado. Em seguida, tocaram Powerslave, Heaven Can Wait, com a participação de fãs no palco cantando o famoso solfejo "oh, oh, oh". Tocaram ainda Fear Of The Dark, Run To The Hills e Iron Maiden com a participação de Eddie no palco com a vestimenta do album Somewhere in Time (1987).
Somewhere in Time (Em algum lugar no tempo), isso tem muito a dizer sobre as experiências que a música do Iron Maiden pode promover. Acredito que a música do Iron Maiden será sempre atual pois fala de experiências, estados de consciências especiais como o de se imaginar no Egito Antigo (Poweslave), em uma aventura no mar amendrontador (The Rime of The Ancient Mariner), no futuro (Wasted Years), na cabine de um avião Spitfire em plena segunda guerra (Aces High), entre outras. Os fãs de Heavy Metal conseguem perceber isso sendo esse aspecto o que torna a música de uma banda como Iron Maiden algo muito especial. A banda voltou para o Bis tocando as músicas Moonchild, Clairvoyant e Hallowed Be Thy Name.

Considero que o show foi uma demonstração de honestidade musical com o público, valendo cada centavo do ingresso, principalmente para mim que estava vindo de Natal. Um real presente do vocalista Bruce Dickinson acompanhado de Adrian Smith (guitarra), Dave Murray (guitarra), Janick Gers (guitarra) Steve Harris (baixo) e Nicko McBrain (bateria).

Foi legal conhecer gente nova que se une a partir da experiência na música. Ao final voltei para casa com o estribilho da música Fear of The Dark na cabeça: "Eu sou um homem que anda sozinho e quando eu ando em uma estrada escura de noite ou passeando pelo parque". A música me confortou um pouco e pude observar o céu de Curitiba que estava límpido e mágico, combinando com o momento do show. Pude me lembrar então de quando voltava de outros shows em minha adolescência em altas horas tendo apenas como companhia a noite e o vazio. São experiências como essa que ajudam a valorizar mais a vida em torno da realização de tarefas e assunção de responsabilidades em consonância com a experiência da criatividade, o prazer e a espiritualidade.

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