Os Sistemas Locais de Inovação (SLIs) no Brasil estão fortemente determinados pelo escopo dos territórios estaduais. Desse modo o governo de cada estado tem desenvolvido reflexões próprias sobre qual seja o melhor desenho de sistemas de inovação.
Os conceptores desses sistemas independentes em alguns momentos interagem no sentido de identificar oportunidades de parceria e oportunidade de melhoria do desenho e organização dos sistemas. Um desses encontros é o Fórum Nacional de Secretários Municipais de C&T.
Tem se percebido que quanto maior a presença de agentes de desenvolvimento, instituições de Ensino Superior e organizações de pesquisa, maior a capacidade de aproveitar oportunidades de financiamento e fortalecimento do sistema de inovação. Associa-se ainda não apenas o fator “quantidade de instituições”, mas o aspecto “competência tecnológica” como um fator decisivo para se permitir captar maior volume de recursos de financiamento à inovação.
Dessa forma, a criação de organizações de desenvolvimento econômico como incubadoras de empresa, parques tecnológicos, agências de desenvolvimento econômico, fundações de amparo à pesquisa, secretarias de ciência e tecnologia, centros federais de ensino e organizações sociais com parceria com o governo determinam a criação de maior capacidade dos sistemas em estabelecerem políticas públicas, se auto-organizarem e desenvolverem estratégias de desenvolvimento econômico integradas à inovação.
Contudo tem se observado como crucial no contexto brasileiro a atuação dos Governos Estaduais, através das Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia, no sentido de criar organizações e instrumentos voltados à inovação. Verifica-se ainda como importante a organização do setor empresarial através das Federações de Indústria e da atuação de organizações como o SEBRAE que congrega o interesse das organizações empresariais.
Nesse sentido, a dinâmica presente nos Sistemas Locais de Inovação estaduais no Brasil, dependem em grande medida da forma como atuam as empresas, da capacitação e de empresários e gestores, do nível de sofisticação e qualidade dos produtos e serviços desenvolvidos, ou densidade de emprego de tecnologias nos processos produtivos, grau de inovação dos produtos e serviços desenvolvidos e nível de integração à tendências globais de produtos/serviços, emprego de tecnologias e modelos de negócio.
Seria a organização destes sistemas de inovação que colaboraria para a consolidação de um status de competitividade de algumas organizações.
Considerando-se estes aspectos e assumindo-se como pressupostos de que a sobrevivência e sustentabilidade é determinada pela habilidade de inovar (fenômeno este caracterizado pela existência de habilidade internas como as citadas anteriormente) e da ambiência externa favorável, diga-se ambiente sistêmico, no âmbito de Sistemas Nacionais de Inovação é pertinente que gestores de territórios, como os Estados assumam responsabilidades de geração de uma dinâmica de auto-criação de valor (conhecimento+tecnologia+pessoas) junto aos partícipes do sistema local de inovação do tipo hélice tripla: governo, universidade e empresas.
Portanto, é fundamental que se identifique qual o nível de maturidade dos sistemas locais de inovação e a manifestação do fenômeno da liderança. É fundamental que se responda as perguntas: quem lidera a dinâmica de integração do sistema local de inovação? Qual o papel do governo, da universidade e das empresas neste cenário?
É com base nestas reflexões que justifica-se que sejam empreendidas pesquisa no âmbito dos territórios estaduais no sentido de apresentar orientações para a organização dos setores da economia, podendo assim existir maior sustentabilidade das organizações inseridas nestes contextos, havendo assim a construção de indicadores referentes à melhoria dos níveis de emprego, renda e qualidade de vida.
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