terça-feira, abril 17, 2012

Economia criativa, copa do mundo e ambiente institucional (por Julio Rezende)


Economia criativa, copa do mundo e ambiente institucional
Julio Francisco Dantas de Rezende

                  Meu sentimento é de a Copa do Mundo, pelo menos em Natal, concentrar seu poder na geração de renda mais durante os dias de realização do torneio esportivo ao invés de um espaço de tempo mais prolongado. Entendo que empregos e investimentos já estão sendo gerados a partir da construção do Arena das Dunas, mas poderia ser mais.
                  A copa do mundo só trará benefícios sustentáveis caso compartilhe riqueza e oportunidades. Nesse sentido, é necessário um esforço de imaginar como os recursos aportados via a atividade turística podem gerar oportunidades de negócio para pequenos empreendedores.
                  Os governos em suas várias esferas não estão conseguindo proporcionar um ambiente institucional favorável à criação de novos negócios. Isso significa que não está exitindo condições institucionais suficientes a grandes empreendedores realizarem aportes de recursos mais vultuosos. A explicação decorreria de atrasos na construção dos estágios, a burocracia que emperra a velocidade não só do próprio Estado, mas de seus parceiros de negócio na iniciativa privada. Em Natal o que está a ocorrer são investimentos e dinâmicas econômicas colaterais relacionadas ao processo de construção do estádio Arena das Dunas.
                  Também não há um Plano de Desenvolvimento Econômico que pulverize e distribua os benefícios relacionados à criação de uma dinâmica de desenvolvimento que integre e fomente a geração de negócios tanto para grandes investidores, quanto para pequenos empreendedores.
                  Desse modo, nota-se grandes desafios e é nesse sentido que se justifica esse texto, com o propósito de apresentar orientações que contemplem o compartilhamento de orientações ao desenvolvimento econômico relacionado à realização dos jogos da Copa do Mundo de 2014 em Natal.
                  Propor-se-ia então a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Econômico Natal 2014 que envolvesse uma atenção especial à economia criativa.
                  A economia criativa envolve atividades como turismo, arquitetura, decoração, moda, software, atividades culturais (arte, música, cinema, teatro), folclore, artesanato, bijouterias, bares, restautantes, comida regional, arte, design, tecnologias de um modo geral.
                  As atividades inseridas no contexto da economia criativa não se tratam apenas de grandes empresas, envolvem em sua maioria pequenos empreendimentos e empreendedores.
                  É necessário que o Governo estimule o desenvolvimento de novos negócios inseridos no contexto da economia criativa. Alguns delineamentos são, não necessariamente nessa ordem: 1) desenvolvimento de ações de capacitação empreendedora. O SEBRAE-RN pode ser um importante parceiro.  2) criação de incubadoras de empresas e outros mecanismos de apoio a empreendimentos inseridos na economia criativa. 3) criação de programas especiais de consultoria ao pequeno empreendedor da economia cultural. 4) criar canais de comunicação e distribuição para os produtos desenvolvidos no contexto da economia criativa. 5) estimular o associativismo do empreendedores da economia criativa e a troca de experiência entre eles. 6) estimular o aprendizado do inglês e do espanhol por parte dos empreendedores a partir da oferta de cursos de língua. 7) lançar editais de fomento de empreendimentos da economia cultural. 8) disponibilização de linhas especiais de financiamento, principalmente direcionadas a oferta de capital de giro, tendo em vista ser esse tipo de capital o de maior necessidade ao desenvolvimento de produtos a serem ofertados no contexto da economia criativa.
                  A Copa do Mundo, no estímulo de atividades culturais, de lazer e entretenimento, deve  imaginar uma agenda cultural para o período de realização da Copa do Mundo. Os governos devem estar preparados para lançar editais de fomento e financiamento que favoreçam a operacionalização de diversas atividades de interesse econômico e social relativos ao torneio esportivo.
                  É necessário que os empreendedores desenvolvam uma capacidade de monitorar o lançamento de editais de apoio às atividades relacionadas à economia criativa elaborando projetos que venham a ser submetidos à órgãos de fomento e sejam aprovados.
                  Finalmente, e não menos importante, é pertinente que se realize um estudo sobre nossos símbolos e valores culturais de modo a resgatá-los enquanto um elemento de diferenciação em um cenário de globalização. É a compreensão desses símbolos que será fonte de influência do design, à realização de releituras e aplicação ao desenvolvimento de novos produtos de modo, alimentação, entre outras atividades.
                  Pequenos empreendedores inseridos no contexto da economia cultural, no momento de realização da Copa do Mundo precisam estar preparados para ofertar seus produtos.


quarta-feira, abril 11, 2012

Pelo menos quatro documentos devem ser oficializados na Rio+20

A Rio+20 se aproxima e os seus desdobramentos já estão sendo discutidos. O objetivo é que os debates sobre desenvolvimento sustentável gerem relatórios de atuação e possam influenciar na prática ambiental. São eles:

Declaração Final dos Chefes de Estado: uma carta oficial de compromissos dos países com o Desenvolvimento Sustentável;
Recomendações da Sociedade Civil: principais temas apontados pelos representantes de ONGs e movimentos de todo o planeta e que serão entregues aos chefes de Estado;
Plataforma de Compromissos: ações que possam ser assumidas por governos, setor privado e outros agentes da sociedade, com o objetivo de fazer cumprir os compromissos assumidos na carta oficial; e
Processos Nacionais: lista específica de intenções e metas de desenvolvimento sustentável apresentada por cada país para serem implantadas em âmbito nacional.
A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável acontecerá de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro e a expectativa é que tenha a presença de cerca de 80 chefes de Estado e representantes de 170 países. O tema da conferência é “Economia Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza”. No dia 22 de junho, a conferência será encerrada com a leitura do documento final.
Fonte: http://www.agenda21comperj.com.br/noticias/pelo-menos-quatro-documentos-devem-ser-oficializados-na-rio20

terça-feira, abril 03, 2012

Economia criativa e lucrativa

É necessário a leitura (artigo de Julio Rezende)


     É necessário a leitura, pois estamos perdendo uma capacidade de imergir e adentrar na fantasia proposta por um livro de literatura. Assim, tolhe-se a imaginação, degeneram-se os processos criativos e desenvolvemos uma superficialização da experiência humana prejudicando qualquer processo transcendente, de imaginar uma realidade que transcenda o presente.
     Temos substituído atos de leitura mais imersivos por experiências mais superficiais como o Twitter e o Facebook. Vivemos assim um excesso de presente, um apego ao hoje, ao materialismo, ao consumo de roupas, alimentos, carros, desnecessidades, iPads, não para ler e-Books, mas para atualizar os perfis nas redes sociais.
     Como não se conhece o passado não se tem informação da experiência de outras pessoas, com as quais poderíamos aprender a termos uma vida melhor.
     Como não há um exercício de imaginar o futuro, apenas consome-se, engorda-se sem qualquer preocupação com o amanhã. Puro materialismo e hedonismo. Tornamo-nos seres superficiais condenados à armadilha do presente. Ao perdemos nossa capacidade de pensar o futuro, o que nos resta então é a barbarie e a violência, pois não há esperança, não há a capacidade de imaginar um futuro diferente. Assim, vibrando nessa  energia esperamos o fim do mundo nos pequenos ecrãs dos iPhones, quando o Twitter comunicará: Fim!
     Que falta um livro nos faz! Que sociedade mais humana maravilhosa e transformada podemos ter quando cultivamos o hábito da leitura! Os livros reservam ensinamentos e experiências e proporcionam a conscientização e a construção de valores humanos. Somente assim será possível se edificar uma sociedade mais humana, menos violenta e repleta de oportunidades. Somente a partir da leitura há possibilidade de se ter esperança.