segunda-feira, outubro 06, 2008

Entrevista do senador José Agripino sobre a eleição de 2008 em Natal

O comício de Lula teve influência na vitória de Micarla?

O Lula perdeu a cabeça e mostrou a sua face real. Desceu do olimpo do estadista, que nunca foi, para o lugar de sindicalista primário que ele é. Ele não admite oposição.

- Mas acha que isso prejudicou a candidatura de Fátima Bezerra (PT)?

Estava em curso um crescimento de Fátima. As pessoas começavam a compreender que ela havia reunido apoiadores fortes: a Wilma [de Faria, governadora], o Carlos Eduardo [Alves, prefeito de Natal] e o Garibaldi [Alves, presidente do Senado]. Mas o discurso de cirou um tumulto na cidade. Fez muita gente armar barricadas contra eles.

- Que tipo de gente?

Gente que gosta de mim e até gente que não gosta. Esse discurso provovou uma parada no crescimento da Fátima. Um contrasenso se considerarmos a musculatura dos aliados que ela reuniu. Lula estancou o processo de crescimento com o insulto que fez a mim e à candidata Micarla. Ele perturbou o processo.

- Realmente acha que isso teve peso eleitoral?

O que Lula fez em Natal foi patrocinar um grande acordo, um acórdão. Juntou Wilma e Garibaldi, para que os dois me derrotassem [na disputa pelo Senado, em 2010]. No afã de me derrotar, ele patrocinou esse acordão. Isso ficou ainda mais claro com o discurso em que ele dirigiu ofensas a mim. Esse acórdão foi derrotado pelo povo.

- A que atribui a raiva do presidente?

O ódio dele vem da CPMF, que nós derrotamos no Senado. No comício de Natal, ele discursou espumando de raiva. Ele disse: ‘Esperei muito tempo para esse ajuste de contas. Chegou o momento’. Disse que faço eu política suja, discursos na madrugada, numa referência à sessão noturna em que o Senado derrubou a CPMF. Disse que só prestava quem estava do lado dele no palanque.

- Pretende revidar?

O revide foi dado pelo povo de Natal. Eu farei um discurso do Senado. Será um discurso cuidadoso. Não quero prejudicar a administração de Micarla, que vai assumir a prefeitura. Mas não posso deixar de realçar o viés chavista de Lula. Ele é um títere. Não consegue respeitar a oposição. É truculento. É sobre isso que vou falar.

- O discurso será feito nesta semana?

Sim, na quarta ou quinta-feira. É preciso deixar claro o seguinte: O Lula veio a Natal para derrotar o líder da oposição. Falou em vitória no primeiro turno. Amargou uma derrota no primeiro turno. Ficou patente que, em política, a truculência é má conselheira. Ele se arrebentou.

Fonte: Blog de Josias de Souza (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/)

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