segunda-feira, outubro 27, 2008

Sondagem Industrial revela impactos da crise mundial no setor

O crescimento da produção, do emprego e da utilização da capacidade instalada da indústria no terceiro trimestre não impediu que a crise financeira internacional chegasse ao setor, conforme mostra a pesquisa Sondagem Industrial divulgada dia 23 de outubro pela CNI. A crise que atingiu a indústria veio associada a intensificação da dificuldade em obter crédito, principalmente para as grandes empresas, que são as que captam recursos lá fora, menores margens de lucro operacional e altas nos estoques não-planejados.

As empresas de grande porte foram as que tiveram os melhores indicadores de atividade no período, mas também são as que estão sofrendo os maiores impactos da crise. Por conta da incerteza, as expectativas do setor para os próximos meses são pouco favoráveis, indicam os resultados, elaborados a partir de questionários respondidos por 1.443 empresas, de todo o país, entre os dias 30 de setembro e 20 deste mês.

A pesquisa mostra um aumento da produção industrial no terceiro trimestre ante o período imediatamente anterior, com o indicador tendo crescido de 56,5 pontos para 57,8 pontos. O nível de produção foi maior entre as grandes empresas, com 60,1 pontos. Segundo a metodologia da pesquisa, o indicador varia de zero a 100 pontos e valores acima de 50 pontos indicam evolução positiva.

O emprego industrial cresceu no mesmo intervalo de comparação, de 53,6 pontos para 54,4 pontos. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) saiu de 77% no segundo trimestre para 78% no terceiro. No mesmo período do ano passado, a UCI era de 77%. Os estoques cresceram nas duas medições: evolução do estoque e estoque efetivo-planejado. Na primeira, saiu de 50,6 pontos no segundo trimestre para 51,5 pontos no terceiro. O estoque efetivo-planejado saiu de 50,4 pontos para 51,8 pontos no mesmo intervalo. Ou seja, as empresas têm hoje mais estoques indesejados do que no segundo trimestre.

A crise internacional e a dificuldade de crédito, com as incertezas que criam para o futuro, fizeram as expectativas dos empresários se deteriorarem. A expectativa para a demanda futura caiu de 61,2 pontos para 53,5 pontos do segundo para o terceiro trimestre. O indicador de compras de matérias-primas caiu de 59,4 pontos para 51,1 pontos.

Os indicadores de expectativas em relação ao emprego e às exportações ficaram abaixo dos 50 pontos, ou seja, os empresários esperam queda em ambos nos próximos seis meses. O de empregados caiu de 54 pontos (positivo) no segundo trimestre para 49,8 pontos na atual pesquisa, que indica possibilidade de demissões nos próximos meses. O de exportações já estava abaixo dos 50 pontos no segundo trimestre, em 48,1 pontos, e continuou no terceiro trimestre, apesar de pequena melhora: 48,4 pontos.
Fonte: http://www.cni.org.br/portal/data/pages/8A9015D01D1D5DDC011D29D6F7D96E5C.htm

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