Estudando o coronavírus, percebe-uma importante contribuição ao tema: os habitats autossustentáveis. Por que os habitats autossustentáveis apresentam uma importância quanto ao futuro humano?
O
coronavírus mostrou que a possibilidade de uma pandemia, antes vista como uma
ficção científica, hoje é uma realidade irrefutável. Negamos durante muito
tempo o risco desse tipo de praga, pois precisamos focar nosso pensamento em fatos
positivos, em realizar nosso trabalho e em nossa rotina diária. Isso se deve
também, talvez, por nosso medo quanto às ameaças ao nosso futuro, à nossa
felicidade.
Contudo,
pensadores e personalidades como Bill Gates, já vinham apresentando preocupação
com uma possível epidemia de escala global. Em março de 2015, Gates apresentou
um TED sobre A Próxima Epidemia chamando atenção sobre os poucos investimentos
em pesquisas e preparação para respostas a uma possível doença de alta
disseminação.
O
que é ainda de maior preocupação é quanto às novas ameaças biológicas que venham
surgir. Sobre o futuro do coronavírus pode ocorrer: mutações ao longo de sua propagação,
dificultando seu combate e a formulação de um medicamento; a possibilidade de
uma pessoa que foi contaminada vir a ser contaminada novamente; e que novas pestes
desse tipo, ou ainda piores, possam voltar a ocorrer.
Observando
o cenário de hoje e amanhã, os habitats autossustentáveis podem ser o futuro da
humanidade, tendo em vista a necessidade de promover o isolamento permanente e
se evitar a contaminação. Para que isso seja possível, esses habitats
autossustentáveis apresentam características que permitem a produção de
alimentos, a geração de energia, a coleta e tratamento de água e o tratamento do
esgoto e dos resíduos.
Mostra-se
importante esses ambientes funcionarem em locais isolados geograficamente, de
modo a dificultar a possível chegada de agentes contaminantes. A eficiência na
produção de alimentos em áreas limitadas, em sistemas fechados como estufas com
uso de tecnologias como aquaponia ou hidroponia, é necessária. É possível estratégias
de recuperação e integração com o meio ambiente para produzir alimentos, como é
o caso das agroflorestas.
A
humanidade precisará estar mais próxima da natureza, de modo sustentável! Pesquisas
indicam que entre as possíveis razões do surgimento de pandemias sejam: o
desmatamento; a expansão urbana; a diminuição da biodiversidade; o aquecimento
global e a exposição de patógenos que estavam congelados em antigas camadas de
gelo na região polar. Nesse sentido, seria pertinente questionar: nosso futuro
será no meio rural, em locais isolados do contato humano, se quisermos
sobreviver enquanto espécie?
Algo
que facilitaria a nossa vida no meio rural isolado seria a internet. Com as
tecnologias de informação e comunicação, hoje é possível uma família viver em
uma habitação distante; dos filhos aprenderem novos conhecimentos e até de
construírem uma formação; de os pais prestarem serviços à distância e de se ter
apoio médico por telemedicina.
Saiba que existe um empreendimento
no hemisfério sul que funciona conforme as características de
autossustentabilidade. Trata-se da estação de pesquisa Habitat Marte.
Localizada na zona rural de Caiçara do Rio do Vento, Rio Grande do Norte, a
iniciativa funciona a 2 anos, possuindo em sua infraestrutura a capacidade de
acomodar 6 pessoas; uma área de produção de alimentos de 120 m2;
sistema de tratamento de esgoto; sistema de geração de energia solar (em
instalação) e outros protocolos e tecnologias em desenvolvimento. Mais informações
sobre o Habitat Marte em www.HabitatMarte.com.
O projeto está em busca de parcerias e identificar como pode ser útil para
convivermos com a atual e futuras epidemias. Este seria o projeto mais inovador
de nossa época?
Julio Francisco Dantas de Rezende é administrador, psicólogo, professor da UFRN e diretor da FAPERN.
Julio Francisco Dantas de Rezende é administrador, psicólogo, professor da UFRN e diretor da FAPERN.
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