terça-feira, março 31, 2020

Futuro e inovação. Por prof. Julio Francisco Dantas de Rezende

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Pela primeira vez em nossa história, o futuro tem uma data: 2021! O nosso futuro será daqui a alguns meses! O futuro será quando superarmos a crise do coronavírus e soubermos quem conseguiu sobreviver à essa crise de saúde, econômica e psicológica. Como em diferentes áreas do conhecimento conseguimos orientar para a resiliência e a esperança?
Em administração nos preparamos para desenhar organizações que atuarão no futuro. À medida que uma organização ou projeto inicia, o desafio passa ser mantê-los vivos. Qual estratégia e organização do futuro você está desenhando?
Administradores engendram sonhos, tentando imaginar futuros que possam ser apresentados a outras pessoas. Esta época de isolamento é uma oportunidade de pensar o futuro. Em um novo mundo pós-quarentena, a realidade será bem disruptiva. Precisamos nos antecipar a uma nova realidade de organizações.
Costumo dizer que empreendi o projeto mais inovador do hemisfério sul: o Habitat Marte. Nesta iniciativa reflito diuturnamente sobre a importância da autossustentabilidade individual e organizacional em tempos de coronavírus. A autossustentabilidade individual envolve o indivíduo ter uma capacidade de ser resiliente e de automanter um status de saúde física e psicológica. Já os habitats autossustentáveis são locais onde se produz o próprio alimento; é gerada a própria energia; é coletada a água da chuva e realizado o tratamento do esgoto.
O Habitat Marte é justamente um local de prática da autossustentabilidade. A estação de pesquisa e simulação Habitat Marte/ SemiaridLAB iniciou o funcionamento em dezembro de 2017 na zona rural de Caiçara do Rio Grande do Norte, no sertão do Rio Grande do Norte. No Habitat Marte já passaram mais de 100 participantes.
Promovemos educação de qualidade, quando no Habitat Marte capacitamos estudantes a conhecerem e experienciarem como funciona uma estação espacial, desenvolvendo competências no campo da ciência e tecnologia. Temos colaborado no processo de iniciação científica de alguns estudantes universitários que se transformaram em pesquisadores. Publicações têm sido geradas em encontros nacionais e internacionais.
            Variadas tecnologias desenvolvidas no Habitat Marte possuem importantes impactos sociais. Uma das tecnologias desenvolvidas no Habitat Marte com a colaboração do estudante Davi Souza e dos engenheiros e pós-graduandos Ian Macedo, Sara Lima e Suelya Paiva na missão 32 (14 a 15 de março de 2020), envolveu a criação do Sistema de Tratamento de Águas Cinzas BioMarte. Essa tecnologia em especial poderia ser aplicada em favelas, proporcionando aproveitar essa água cinza tratada para jardins e hortas urbanas. Isso poderia transformar essas comunidades: 1) proporcionando alimentação; 2) novas rendas; 3) capacitação; 4) sustentabilidade; 5) autoestima e 6) maior resistência à deslizamentos em períodos de chuva.
Percebo, que este é um momento de conscientização e de fazer bom uso das redes sociais para irradiar boas práticas. Considero que o Habitat Marte seja uma das coisas mais inovadoras já pensadas no hemisfério sul do planeta. Sou muito realizado em ter tido a coragem de iniciar esse projeto criativo e inovador.
Esse e um momento de sustentabilidade; de pensar a autossustentabilidade, de refletir sobre como podemos garantir uma condição de desenvolvimento sustentável para a sociedade; de contribuições em um momento de grande crise mundial. Esse também é um momento de liderança, de mostrar caminhos viáveis, de futuro e esperança. Mais informações sobre o Habitat Marte podem ser encontradas em: www.HabitatMarte.com.

Julio Francisco Dantas de Rezende é administrador, psicólogo, professor da UFRN e diretor da FAPERN.
www.juliorezende.blogspot.com

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